quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Poética do dia Mudo

Não sei
se é a morte
que cala
Ou se é
a vida
que não deixa
falar

Realmente
não sei
se o despertar
é sonoro
se cada dia
é um novo reino
ou se o império
é o silêncio

Eu não faço idéia
se X não é Z,
se a segunda
não é terça,
se o galo não canta
porque está triste,
ou se está doente

Eu já não sei,
se é de noite,
ou se é de dia,
se é hora de dormir,
ou de vigiar
se tudo em volta
é carnaval,
se a festa é delírio,
se vivo,
no hospital

Eu já não posso
esperar,
pra saber,
se me perdi,
ou se me encontrei,
se calado eu canto,
se cantando,
ouço

Eu deveria saber,
se o que eu vivo
é o começo
ou se é o fim,
não pode ser o meio.

O começo é parco,
insinuante
o fim é grandioso,
exemplar

Começo e fim,
dois braços
de uma mesma
megalomania


Já o meio,
não pode
ser o meio,
nele tudo é tão,
diferente,
alheio

Mas tudo é tão,
igual

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