Para minha amiga Ruthe
Deixa,
Que o disparo
Das lágrimas
Acalme a ira
Transcedental
E infinita
Do meu ser
Permita
Que a resistência
do eco
Íntimo
sobreviva à lógica
Interna da
Força centrípeta
Entenda
Meu radicalismo,
Não segundo
Minha língua,
Mas pelo meu silêncio
Vê
Que sinto
A natureza
Inóspita
Arder em
Em febre,
Que respiro
O vento como
Se fosse terra
Que caminho
Como quem
já soube
Andar,
Que um dia
Já soube
Quem fui
E que agora
Escrevo para
Não ser
Busque em
Mim a razão
Da fala em
Súplica,
A curta estrada
Do meu pensamento,
A triste história
dos versos perpétuos
Só não me ignore,
Faça o que quiser,
Mas não me ignore
porque na indiferença
Reside minha pior falha,
Meu gesto egoísta,
O fio fino da vida,
O pano de minha
mortalha
Que minha presença
seja intempére,
que nada no mundo
se refira a mim
mas que algo exista
para que eu chame
de lar
Só então, acorda-me
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