Vejo
gotas
de sangue
disfarçadas
em semblantes
tristes
Vejo
a felicidade
desconexa
brotando
em cantos
lineares
Vejo a luz
tomada de
sombras,
de carcaças
de corpos
em
sub-existência
Vejo
a fala fácil
do mar
de sangue-sugas,
a discórdia
engendrada na
alma
dos homens,
a desgraça
regurgitada
como nova lei
Melhor seria ser cego
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Estética
Trago-te
poesia
em forma
de canto,
na vã
esperança
que sõe
magnético
e te atraia
para meu
mundo perdido
de fantasias
Encadeio
palavras
em versos
para que
sejam fortes
coletivamente
e não caiam
no abismo
insólito
da liberdade
individual
Prendo-os,
reviro-os
transformando
sua pobre
essência
na aventura
virtuosa
do meu
ser
Respiro-os,
vomito-os
me alimento
de seus
sintagmas
Reinvindico
seu prazer
estético
em uma
linguagem
puramente
matemática
Desperto-os
do tédio
e das
elocubrações
simplesmente
para que
se façam
reais,
encantados
e exclusivamente
teus.
poesia
em forma
de canto,
na vã
esperança
que sõe
magnético
e te atraia
para meu
mundo perdido
de fantasias
Encadeio
palavras
em versos
para que
sejam fortes
coletivamente
e não caiam
no abismo
insólito
da liberdade
individual
Prendo-os,
reviro-os
transformando
sua pobre
essência
na aventura
virtuosa
do meu
ser
Respiro-os,
vomito-os
me alimento
de seus
sintagmas
Reinvindico
seu prazer
estético
em uma
linguagem
puramente
matemática
Desperto-os
do tédio
e das
elocubrações
simplesmente
para que
se façam
reais,
encantados
e exclusivamente
teus.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Medo
Temo
Por meus versos
E suas qualidades
Tristes
Temo
Que o medo
Me corroa
Transformando-me
Num bobo inerte
Temo
Que o meu
não movimento
me arraste
para a estrada
da volúpia
Temo mais
Que meu fim
Esteja próximo
E que eu parta
Sem deixar
Sequer uma
Cicatriz
Temo ainda
Que as palavras
Que profiro
Soem efêmeras
Temo por fim
Que a minha
Falta de coragem
Me impeça
De sentir
As coisas
E me torne
Pálido
Exceto isso,
Temo a mim
Por meus versos
E suas qualidades
Tristes
Temo
Que o medo
Me corroa
Transformando-me
Num bobo inerte
Temo
Que o meu
não movimento
me arraste
para a estrada
da volúpia
Temo mais
Que meu fim
Esteja próximo
E que eu parta
Sem deixar
Sequer uma
Cicatriz
Temo ainda
Que as palavras
Que profiro
Soem efêmeras
Temo por fim
Que a minha
Falta de coragem
Me impeça
De sentir
As coisas
E me torne
Pálido
Exceto isso,
Temo a mim
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Invólucro
Manhã cinzenta, passos cruzados no asfalto caminham independentes rumo um destino premeditado, o mesmo de ontem de amanhã e de todo o resto da semana. Augusto caminha especialmente apressado e absorto em pensamentos, tentando sistematizar mentalmente as dezenas de tarefas sem a certeza de conseguir almoçar. Os transeuntes passam ao seu lado sem tocá-lo, conhecidos trocam comprimentos sem desperta-lo, seus passos leves e esquivos lhe permitem uma agilidade sobre-humana, são prova de uma perícia inconscientemente desenvolvida. Chega ao escritório e ao sentar –se encara o bilhete amarelo em frente a tela do computador que o lembra de sua primeira tarefa “Ligar para mamãe para saber como ela está”, toma rapidamente o telefone do gancho e em menos de três minutos resolve a questão. Liga o computador, acessa a internet para ver por cima as notícias do dia, comprimidas em micro anúncios que mais desinformam do que outra coisa, abre seu horóscopo, ri sem demora da piada do dia e finalmente parte para suas tarefas profissionais. Perde-se no meio dos papéis. Na hora do almoço sai apressado, vai ao banco, reclama da fila, busca o filho na escola perguntando por obrigação sobre como foi a aula, deixa-o em casa sem tempo para o almoço e corre para o escritório aonde passa o resto da tarde à rasgar papéis e a gritar com a secretária. Nove e meia da noite abandona o trabalho, já três horas atrasado e corre para casa enquanto maquina seu dia de amanhã, acelera o passo e ao virar na esquina colide frontalmente com um velho que vinha do outro lado. Caído tenta aos trancos recobrar a consciência e ao conseguir se depara com uma figura pequena, excessivamente magra e um tanto degradada pelo tempo que jaz em sua frente absolutamente estatelada. Quem seria ? O que haveria impedido seus passos de prosseguir com sua trajetória mecânica? Assustado Augusto observa aquela figura estranha com dois olhos, duas pernas e uma boca, enquanto ela se levanta com dificuldade soltando alguns insultos. O homem se arruma, recolhe seu chapéu do chão e parte, deixando Augusto inerte na beira da calçada. Que rua era aquela? Como chegaria em casa? Levantou-se mais calmo e aos poucos foi descobrindo o ambiente, sentiu o cheiro do asfalto recentemente molhado pela chuva, recolheu do chão sua pasta que agora parecia pesar uma tonelada e sentiu as costas doerem, talvez da queda, ou então do peso que carregava diariamente . Foi descobrindo rua por rua o caminho do lar e ao chegar olhou para a esposa adormecida no sofá, preparou um chá e se sentou em sua poltrona meditando um pouco pela primeira vez em meses. Olhou a casa, o carro estacionado na garagem, a esposa e o filho dormentes, perambulou pela casa por toda a madrugada. Sentou-se em frente a janela, o sol nascia do lado de fora, com ele novamente os problemas voltavam a o assaltá-lo, olhou atento uma última vez para os primeiros raios que cruzavam as folhas do pessegueiro instalado em frente a sua casa sentiu vergonha do invólucro que se tornara.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
L
O cheiro do teu sexo
Me inunda,
Me persegue
Rompe em mim
Como desejo
Secreto
Me destroça
Como hímen
Inelástico
Me engana,
Como amor
cego de
artista
Caio em mim
inexistente,
desperto bobo
da natureza
flagrante
Retomo o
tempo,
o trabalho
a rotina,
só para
me perder
denovo,
num soneto,
numa carta
ou em
qualquer noite,
numa
segunda-feira.
Me inunda,
Me persegue
Rompe em mim
Como desejo
Secreto
Me destroça
Como hímen
Inelástico
Me engana,
Como amor
cego de
artista
Caio em mim
inexistente,
desperto bobo
da natureza
flagrante
Retomo o
tempo,
o trabalho
a rotina,
só para
me perder
denovo,
num soneto,
numa carta
ou em
qualquer noite,
numa
segunda-feira.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Trauma
Troco
Passos
Por
Palavras
Perduro
Infinito,
Trotante
Insólito,
Vibra
Coração
Recalcitrante,
Inquilino
Da mesmisse
Passos
Por
Palavras
Perduro
Infinito,
Trotante
Insólito,
Vibra
Coração
Recalcitrante,
Inquilino
Da mesmisse
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Pétalas Suicídas
Dou-te
esta rosa
como prova
de meu
desacato
Toma-a,
recolha-a
e finja
que é tua
como todo
resto
que tens
Sonha com
o mundo
perdendo-te
em delírios
infantis
Inebria-te
com as coisas,
o dinheiro,
as pessoas
Conquista
a tudo
e a todos
como se
tudo
realmente
pudesse
ser
conquistado
Prova ao mundo,
que és senhor
de si
e de tuas
posses
Mas quando caires,
quando finalmente
despertares
de teu universo
ânimico
Lembra-te da rosa,
que sendo parte
de mim
foi a única coisa
que verdadeiramente
te pertenceu
Meu desprezo,
meu protesto,
meu desespero.
esta rosa
como prova
de meu
desacato
Toma-a,
recolha-a
e finja
que é tua
como todo
resto
que tens
Sonha com
o mundo
perdendo-te
em delírios
infantis
Inebria-te
com as coisas,
o dinheiro,
as pessoas
Conquista
a tudo
e a todos
como se
tudo
realmente
pudesse
ser
conquistado
Prova ao mundo,
que és senhor
de si
e de tuas
posses
Mas quando caires,
quando finalmente
despertares
de teu universo
ânimico
Lembra-te da rosa,
que sendo parte
de mim
foi a única coisa
que verdadeiramente
te pertenceu
Meu desprezo,
meu protesto,
meu desespero.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Bravura Indômita
Para minha amiga Ruthe
Deixa,
Que o disparo
Das lágrimas
Acalme a ira
Transcedental
E infinita
Do meu ser
Permita
Que a resistência
do eco
Íntimo
sobreviva à lógica
Interna da
Força centrípeta
Entenda
Meu radicalismo,
Não segundo
Minha língua,
Mas pelo meu silêncio
Vê
Que sinto
A natureza
Inóspita
Arder em
Em febre,
Que respiro
O vento como
Se fosse terra
Que caminho
Como quem
já soube
Andar,
Que um dia
Já soube
Quem fui
E que agora
Escrevo para
Não ser
Busque em
Mim a razão
Da fala em
Súplica,
A curta estrada
Do meu pensamento,
A triste história
dos versos perpétuos
Só não me ignore,
Faça o que quiser,
Mas não me ignore
porque na indiferença
Reside minha pior falha,
Meu gesto egoísta,
O fio fino da vida,
O pano de minha
mortalha
Que minha presença
seja intempére,
que nada no mundo
se refira a mim
mas que algo exista
para que eu chame
de lar
Só então, acorda-me
Deixa,
Que o disparo
Das lágrimas
Acalme a ira
Transcedental
E infinita
Do meu ser
Permita
Que a resistência
do eco
Íntimo
sobreviva à lógica
Interna da
Força centrípeta
Entenda
Meu radicalismo,
Não segundo
Minha língua,
Mas pelo meu silêncio
Vê
Que sinto
A natureza
Inóspita
Arder em
Em febre,
Que respiro
O vento como
Se fosse terra
Que caminho
Como quem
já soube
Andar,
Que um dia
Já soube
Quem fui
E que agora
Escrevo para
Não ser
Busque em
Mim a razão
Da fala em
Súplica,
A curta estrada
Do meu pensamento,
A triste história
dos versos perpétuos
Só não me ignore,
Faça o que quiser,
Mas não me ignore
porque na indiferença
Reside minha pior falha,
Meu gesto egoísta,
O fio fino da vida,
O pano de minha
mortalha
Que minha presença
seja intempére,
que nada no mundo
se refira a mim
mas que algo exista
para que eu chame
de lar
Só então, acorda-me
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Um Q a mais
Que teus versos
respirem silêncio
Que tua calma
contagie meu tédio
em gozos infiéis
Que nada cintile mais
que a angústia
de viver arrastado
Que o ontem e o hoje
se tornem um único
polímero, virtual
e inexistente
Que a desordem se
instaure
como princípio
irrisório,
inquietante
Que o medo
seja sentido
em outra
dimensão
Que a memória
se liberte do tempo
e cada coisa
de sua essência
Que nada exista
senão mentira,
louca,insensata
nova
Que nada seja.
respirem silêncio
Que tua calma
contagie meu tédio
em gozos infiéis
Que nada cintile mais
que a angústia
de viver arrastado
Que o ontem e o hoje
se tornem um único
polímero, virtual
e inexistente
Que a desordem se
instaure
como princípio
irrisório,
inquietante
Que o medo
seja sentido
em outra
dimensão
Que a memória
se liberte do tempo
e cada coisa
de sua essência
Que nada exista
senão mentira,
louca,insensata
nova
Que nada seja.
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