Ah! As luzes!
Ah! O Som!
Ah! Perfeita
irretidão de nulidade
última
Imóvel carrasco interminável,
Mata sua sede canibal,
do meu pescoço
Vampiro dos dias indeléveis
Enxuga teu rosto, cospe
Minha barba farta
De meias vidas
Semeia o centeio
Alucinógeno
Infante dessa
velha solidão
aborígene
Penetra com enfado
as rachaduras do asfalto
trazendo em verso
perfeita quebra da métrica
no opúsculo oculto
de Stravinsky
Rouba-me do medo,
Do abismo neutro,
Que seja a morte,
mas não o anonimato,
os pés arrastados da luz
do fim de mim.
Ah! Quanta ironia!
Ah! Quanto desapego!
Quanta prosa,
Quanto silêncio,
Pior de tudo,
É dizer tudo,
contudo,
dizendo nada
Ah! Que maçada!
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